Criada em 02/05/2021 às 19h29 | Mercado

Após crescimento lento antes mesmo da Covid-19, consumo de carne bovina per capita vai se recuperar antes de estagnar até 2025

"O consumo de carne bovina em países desenvolvidos diminuirá por três fatores: preço, meio ambiente e saúde, os mesmos responsáveis pela queda de consumo nas últimas décadas, acrescido pelo desenvolvimento do mercado de proteínas alternativas à carne", aponta CiCarne.

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"Para o acesso aos mercados globais, é necessária a profissionalização cada vez maior do setor de produção de carne bovina e o trabalho integrado entre os elos da cadeia da carne, todos colaborando para dar transparência aos processos"




O mais recente boletim do CiCarne da Embrapa aponta que o consumo per capita de carne bovina vai se estagnar a partir de 2025. No documento, Fernando Rodrigues Teixeira Dias, Sergio Raposo de Medeiros e Guilherme Cunha Malafaia avaliam previsões do consumo per capita de carne bovina, suína e de aves no Brasil e no mundo, após a pandemia COVID-19, e o que pode mudar estas previsões.

O estudo destaca ainda que o "consumo de carne bovina em países desenvolvidos diminuirá por três fatores: preço, meio ambiente e saúde, os mesmos responsáveis pela queda de consumo nas últimas décadas, acrescido pelo desenvolvimento do mercado de proteínas alternativas à carne."

Os resultados têm como base relatórios Fitch Solutions. "Este boletim CiCarne apresenta as principais conclusões do relatório “Beef Lags In Post-Covid-19 Meat Consumption Acceleration” e contrapõe as conclusões desse relatório com as tendências e oportunidades para a bovinocultura de corte no Brasil, como percebidas pelos especialistas do CiCarne", diz o documento brasileiro.

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"O Fitch Solutions em seu relatório aponta para uma tendência de aceleração no consumo mundial de proteína animal no cenário pós-covid, mas que esta aceleração será bem menor para a carne bovina: O consumo de proteína animal crescerá acelerado de 2021 a 2025 em relação aos últimos dez anos, por causa da recuperação do surto de peste suína africana (PSA) na Ásia e da pandemia global da Covid-19. O consumo de carne bovina per capita cresceu mais lentamente nos anos anteriores à Covid-19, e recuperar-se-á ao longo de 2021-2022 antes de estagnar até 2025. O consumo de carne de porco e de aves per capita vai crescer intensamente e superar em muito a carne bovina, com as aves continuando a ser a carne mais consumida globalmente."

MERCADOS DESENVOLVIDOS 

Ainda conforme o CiCarne, "os obstáculos ao consumo de carne bovina seguem crescendo em mercados desenvolvidos, com uma tendência de diminuição do consumo nesses países, com a notável exceção da Coreia do Sul. Nos mercados emergentes, o crescimento do consumo de carne bovina per capita será impulsionado pelo Sudeste Asiático e China, com novos picos nos próximos anos. Embora a China continue sendo o mercado de maior demanda, os consumidores irão reajustar seus hábitos à medida que a oferta de carne suína for se recuperando do surto de PSA, o que reduzirá um pouco o crescimento do consumo de carne bovina nos próximos anos".

Os pesquisadores entendem que "embora deva ocorrer algum crescimento no consumo de carne bovina per capita na África Subsaariana, o crescimento será fraco em comparação com a Ásia e os níveis de consumo permanecerão muito baixos na maioria dos países em relação à média global até 2025, por causa da recuperação mais lenta da Covid-19 em alguns destes países, bem como aos crescentes déficits de oferta de carne bovina. A América Latina experimentará um grande crescimento no consumo de carne bovina per capita no curto prazo, impulsionado pela melhoria das condições econômicas, mas o crescimento do consumo desacelerará até 2025 e não retornará aos níveis de picos anteriores".

Os estudiosos alertam que "para o acesso aos mercados globais, é necessária a profissionalização cada vez maior do setor de produção de carne bovina e o trabalho integrado entre os elos da cadeia da carne, todos colaborando para dar transparência aos processos". (Com informações da Embrapa)

As principais razões para a diminuição:

Preço: a carne bovina continuará sendo uma opção mais cara do que porco ou frango, e esta última se tornará a fonte de proteína animal mais comumente consumida, apesar do crescimento do PIB e renda. Os preços da carne bovina nos EUA devem aumentar, dentre outros fatores pelo aumento dos preços do milho e soja, comumente usados para ração.

Meio ambiente: a produção de bovinos e ruminantes em geral está sob ataque nas discussões de sustentabilidade, pelos gases de efeito estufa emitidos pelos animais. No Brasil, a produção de bovinos (e de soja e milho para ração) é também acusada como responsável pelo desmatamento da Amazônia, o que piora a imagem da carne bovina frente ao consumidor interno e externo.

Saúde: a pandemia da Covid-19 teria aumentado a preocupação com a sanidade de alimentos, especialmente em países desenvolvidos, com consumidores cada vez mais conscientes das potenciais implicações negativas para a saúde do alto consumo de carne vermelha. 


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