Criada em 26/07/2018 às 07h01 | Exportações

Brasil negociará com a China cota de 5 milhões de toneladas de farelo e óleo de soja

Além da questão da soja, ministro Blairo Maggi disse que o governo tratará com os chineses também das barreiras ao frango brasileiro, que sofre com medida antidumping. O ministro também apontou que nas negociações entre Mercosul e União Europeia há avanços.

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O Brasil vai pleitear junto à China uma cota de cinco milhões de toneladas para exportar produtos semi-elaborados de soja ao país asiático: farelo e óleo. A informação é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que acompanha o presidente Michel Temer na África do Sul para o 10º encontro do Brics, bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul. Na sexta-feira (27), Temer participará de um encontro dos líderes do Brics com outros líderes do continente africano. 

Segundo Blairo Maggi, a disputa protecionista entre Estados Unidos e China no curto prazo pode até beneficiar a soja em grão produzida no Brasil, dada a sobretaxa imposta pelos chineses à soja americana. Mas no médio prazo, segundo Maggi, o efeito é negativo porque tende a encarecer o preço da ração derivada da soja.

“Aí a gente começa a perder competitividade em aves e suínos e perde mercado na indústria de esmagamento, de farelo e óleo. Vamos colocar amanhã (quinta-feira) na reunião com Xi Jinping pedindo uma cota para a indústria brasileira vender óleo e farelo para China também”, disse ao Valor Econômico, informando que hoje o Brasil já exporta cerca de 60 milhões de toneladas em grãos.

Além da questão da soja, Blairo disse que o governo tratará com os chineses também das barreiras ao frango brasileiro, que sofre com medida antidumping.

O ministro também apontou que nas negociações entre Mercosul e União Europeia há avanços, mas não se arriscou a dizer que um acordo será fechado logo. Segundo ele, na área agrícola, “uma das coisas que está pegando” é a questão do vinho, embora de forma geral ainda estejam 30 pontos pendentes. Blairo explicou que enquanto Argentina e Uruguai querem liberação total de exportação e importação de vinhos, o Brasil teme o impacto disso sobre a produção nacional, que emprega 200 mil pessoas.

“No Brasil, não conseguimos aceitar proposta porque a indústria ainda é incipiente. Indústria de pequenos produtores, isso gera perda de renda, emprego e turismo na região Sul. Falei para o presidente Michel Temer que para fechar a questão do vinho vai ter que conversar com a Receita para fazer um escalonamento de crédito presumido. Precisa baixar a nossa carga tributária para ficarmos competitivos”, afirmou.

O BRICS

Os país integrantes do Brics representam por volta de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Neste 10º encontro, serão tratados temas de cooperação econômica e desenvolvimento, entre outros. (Com informações do Valor Econômico, O Globo e Agência Brasil)

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