Daniel Machado
De Palmas (TO)
As chuvas que faltaram no momento ideal do plantio chegaram com força excessiva nas últimas duas semanas e têm atrapalhado a colheita da soja no Tocantins. A informação é da presidente da Aprosoja-TO (Associação de Produtores de Soja e Milho do Tocantins), Caroline Schneider Barcellos.
Além disso, com o grande atraso do plantio e, também, da colheita, os produtores estão perdendo a janela de tempo ideal para o plantio do milho segunda safra, o que deve fazer muitos agricultores optarem por substituir o cereal por outras culturas.
“Fizemos um levantamento nos grupos dos associados. A gente percebe que a colheita está em torno 30% da safra de soja do estado do Tocantins e isso é um tanto quanto preocupante. Esse atraso, além do problema da seca que tivemos no plantio e que de certa forma afetou o desenvolvimento da soja em si, a gente percebe que na colheita o excesso de chuvas tem prejudicado o produtor e prejudicado o rendimento de colheita”, lamentou a presidente.
Segundo ela, há muitos produtores com a lavoura pronta para ser colhida e não conseguem entrar com suas máquinas para fazer o trabalho. “E isso consequentemente vai afetar o plantio do milho, pois a janela ideal de milho é até final de fevereiro. Então, como já estamos há uma semana para fechar a janela ideal, já sabemos que não teremos janela em muitos casos, o que vai fazer com que produtores então migrem para outras culturas ou deixem as suas áreas sem nenhum produto”, ressaltou a líder ruralista.
Preço da soja no mercado também preocupa
Para complicar ainda mais a situação dos produtores, o preço da soja atualmente está muito aquém do esperado. “Continua muito ruim, muito abaixo do que a gente tinha de expectativa especialmente com essa quebra de safra a gente entendia que a demanda seria maior já que a oferta teria caído e isso geraria uma melhora nos preços o que não vem acontecendo e o que tem barrado muitas negociações”, frisou Caroline.
Conforme dados do Agrolink, o preço atual da saca de 60 quilos de soja no Tocantins está em R$ 108, bem abaixo dos mais de R$ 120 que eram pagos no início de janeiro. Segundo Caroline, o produtor está vendendo pouco antecipadamente por causa do preço e, também, por não saber estimar o tamanho da produção, que deve ser até 30% inferior por causa da situação climática.
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