Criada em 19/06/2023 às 08h37 | Grãos

Com problemas de preço e armazenamento, produtores fazem colheita do milho segunda safra

No início do ano, questões climáticas atrasaram a colheita da soja, fazendo com que boa parte do cereal no Estado fosse plantado fora da janela ideal. Aprosoja destaca que baixa das commodities afeta agricultores; entidade volta a defender incentivos para a industrialização no Estado.

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Com problemas de preço e armazenamento, produtores fazem colheita do milho segunda safra. (Foto: Divulgação)



Daniel Machado

De Palmas (TO)

As fazendas do Tocantins e do Brasil estão com a colheita do milho segunda safra em pleno andamento. Até agora, conforme a Aprosoja-TO (Associação de Produtores de Soja e Milho do Tocantins), a produtividade está dentro do esperado, mas há uma tendência de cair um pouco até o fim de toda a colheita.

Isso porque, no início do ano, questões climáticas atrasaram a colheita da soja, fazendo com que boa parte do cereal no Estado fosse plantado fora da janela ideal. “Vamos ter um pouco menos de produtividade porque teve milho plantado um pouquinho fora da janela ideal, que seria no meio do mês de fevereiro”, explica o presidente da entidade, Dari Fronza.

No entanto, esse não é o único problema dos produtores rurais. Boa parte dos armazéns disponíveis no Estado ainda estão abarrotados com soja e isso deixa o milho sem lugar para ser guardado. “Agora o que nos deixa muito preocupado são dois motivos: nós não temos onde colocar nossos milhos, nossos armazéns ainda estão abarrotados de soja, a soja que desceu muito preço, não está tendo negócios praticamente nada, as trades não estão conseguindo fazer exportação e está então sufocando a colheita do milho temos um problema estático no nosso Estado. Isso é no Brasil todo que está acontecendo e aqui no Tocantins não é diferente”, lamentou o líder ruralista.

Outra dificuldade dos produtores é a questão dos preços. A queda do dólar e, sobretudo, a redução do preço internacional do milho afeta duramente os agricultores. “A segunda preocupação é o preço do nosso cereal. Para vocês terem uma ideia, paro produtor receber R$ 40 numa saca de milho, só lá pra frente no mês de setembro, no mês de outubro. Então, esses são os preços hoje que nós temos, poucos compradores, praticamente nada de produtor comprando milho interno aqui para o nosso Estado e os preços totalmente baixos, inviabilizando com certeza o nosso segmento. Estamos muito preocupados. Jamais imaginávamos plantar o que foi plantado esse ano, com insumos muito caros. E agora as commodities e principalmente o milho tem tirado drasticamente a nossa rentabilidade financeira. Então será um ano de sufoco”, projetou Dari Fronza.

Incentivos para a industrialização são necessários, diz Fronza

O presidente da Aprosoja destacou, ainda, existir uma falta de incentivo para industrialização no Estado, destacando que os impostos cobrados no Tocantins - não só do milho – estão muito altos. “Chega a ser um absurdo imaginar que alguém vai vir investir num estado com uma taxa tão alta de impostos. Realmente é uma pena. A produção veio, o setor produtivo veio e investiu. Temos o grão, mas para isso (industrializar a produção e aumentar o consumo interno) precisamos repensar os nossos impostos estaduais”, finalizou.

A expectativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que a quantidade de milho segunda safra no Tocantins possa chegar a 1,8 milhão de toneladas. Estimativas de consultores do setor, no entanto, projetam um volume ainda maior, de mais de 2,2 milhões de toneladas.

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