Criada em 21/08/2018 às 07h54 | Pecuária

De fevereiro a julho deste ano: Preço do leite mantém alta pelo sexto mês consecutivo; aumento real acumulado é de 44%

O preço do leite recebido por produtores subiu pelo sexto mês consecutivo (fevereiro a julho). Desde o início do ano, a alta acumulada real é de expressivos 44%. O valor líquido (sem frete e impostos) recebido em julho fechou a R$ 1,4781/litro na chamada Média Brasil.

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A expressiva alta em julho esteve atrelada à paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio, e à tentativa do setor em normalizar suas atividades no pós-greve. (Foto CNA/Divulgação)

Depois do aperto, um novo fôlego. O preço do leite recebido por produtores subiu em julho pelo sexto mês consecutivo e atingiu recorde real para o período. Isto é o que aponta pesquisas do Cepea/USP. Já quando considerados todos os meses da série histórica, a média de julho é a maior desde outubro de 2016, também em termos reais. Apesar da recuperação, produtores e pesquisadores apontam que há risco de novas quedas nos próximos meses.

De acordo com o levantamento, o valor líquido (sem frete e impostos) recebido em julho, referente à captação de junho, fechou a R$ 1,4781/litro na chamada Média Brasil. Este desempenho significa aumento de 14% em relação ao mês anterior.

Desde o início do ano, a alta acumulada real é de expressivos 44%. Na comparação com julho/17, houve elevação de 15%, em termos reais. A média deste mês, no entanto, está abaixo da de outubro/16, quando foi de R$ 1,4817/litro.

A expressiva alta em julho esteve atrelada à paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio, e à tentativa do setor em normalizar suas atividades no pós-greve. Desabastecidos, os laticínios acirraram a competição para a compra de leite no campo no correr de junho, com o objetivo de recompor estoques.

“A greve dos caminhoneiros levou ao racionamento de ração e de outros suprimentos, tendo como consequência efeitos diretos na lactação dos animais. Isso demanda tempo para se recompor. Soma-se a isto, o fato de estarmos na entressafra. O inverno faz com que o crescimento das pastagens seja mais lento e, portanto, a produção pelas vacas também”, explica Alberto Figueiredo, diretor-técnico da SNA e representante da entidade na Câmara Setorial do Leite no Mapa.

A valorização da matéria-prima também se refletiu em aumento das cotações dos derivados lácteos em junho. No entanto, em julho, o movimento altista não se sustentou. No acumulado da primeira quinzena de julho, o preço do UHT (leite longa vida) caiu 1,32% e, na segunda metade do mês, 9,4%, indicando a dificuldade do consumidor em absorver novas altas.

“O que nos preocupa hoje é que o varejo aumentou suas margens praticando aumento de preços ao consumidor. Este aumento, no entanto, não chegou para dentro da porteira. Isso nos preocupa porque as famílias já estão com seus orçamentos muito apertados e não vão suportar novos aumentos. A consequência será uma nova queda vertiginosa de preços ao produtor num futuro próximo”, alerta Figueiredo.

Mercado spot

Durante a primeira quinzena de julho, os valores em Minas Gerais subiram 28,1% em relação ao mês anterior, mas, na segunda metade do mês, houve queda de 6,6%, o que, segundo o Cepea, mostra que empresas têm tido dificuldades em manter o ritmo de valorização do leite no campo. (Da SNA/Rio)

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