Criada em 03/08/2018 às 08h32 | Política brasileira

Em meio ao cenário de desmonte da Embrapa, Blairo admite falta de verba para pesquisa e discute “mudanças estruturais”

“Essa falta de dinheiro faz com que a gente reflita e procure pensar um pouco diferente daquilo que a gente tem pensado até agora”, diz ministro, que se reuniu com presidente da empresa e 42 chefes de unidades decentralizadas da estatal. "Ajuste" está em curso, afirma Maurício Lopes.

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Durante reunião com dirigentes da Embrapa, o ministro Blairo Maggi afirmou que “a Embrapa que nos trouxe até aqui não será a mesma que nos levará ao futuro” (foto: Mapa/Divulgação)

Em meio a um cenário de incertezas, com iniciativas sobre demissões e redução de verbas que prejudicam os trabalhos de pesquisa e a troca de comando na empresa, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se reuniu por mais de três horas com os 42 chefes das unidades descentralizadas da Embrapa em Brasília. O presidente da estatal, Maurício Lopes, também esteve presente para discutir, conforme a comunicação do Mapa, “estrategicamente os rumos da empresa para o futuro”. “A Embrapa que nos trouxe até aqui não será a mesma que nos levará ao futuro”, observou o ministro no início da reunião.

A Embrapa vive um momento difícil. O processo de troca de comando da Embrapa está em curso. Maurício Lopes ´será substituído. Há informações da determinação do corte de 20% do quadro de servidores para reduzir custos. Especialistas já se manifestaram pela necessidade da empresa “resgatar sua essência”. A Embrapa tem aproximadamente 9,6 mil funcionários e tem orçamento de R$ 3,4 bilhões. São, ao todo, 2,4 mil pesquisadores. É totalmente dependente de verbas estatais.

Na reunião, Blairo Maggi reconheceu a importância da empresa para a agropecuária do país nos últimos 40 anos e destacou o reconhecimento das pesquisas no exterior. No entanto, alertou para a necessidade de que sejam implementadas mudanças estruturais que façam com que a Embrapa volte a ser uma empresa de ponta contribuindo com pesquisa e inovação para o crescimento do agro brasileiro.

“Mudanças estruturais exigem que façamos atividades diferentes daquelas que nós temos. Infelizmente, no momento atual, temos o agravante de que o governo não dispõe de recursos para investir em pesquisa e inovação. Essa falta de dinheiro faz com que a gente reflita e procure pensar um pouco diferente daquilo que a gente tem pensado até agora. Daí, a necessidade de pensarmos o futuro da Embrapa estrategicamente, ” disse Maggi.

Maurício Lopes lembrou que recebeu comandos do ministro para que a Embrapa entrasse rapidamente em processo de modelagem necessário para que a instituição se mantenha na vanguarda das pesquisas agropecuárias. Ele disse que vem seguindo à risca orientações recebidas para ajustar a empresa a mudanças que estão ocorrendo no Brasil e no mundo.

“Ao longo de dois anos temos nos dedicado ao processo de ajuste em curso. Teremos uma empresa preparada e madura. Procuramos aprimorar a gestão", afirmou Lopes, lembrando que a empresa se dedica a um negócio (pesquisa) que não apresenta resultados a curto prazo, e, sim em anos, e que isso necessita de constância de propósitos para que projetos não sejam interrompidos.

Para Blairo Maggi é importante para o governo ter uma empresa como a Embrapa, mas lamentou que o orçamento destinado a pesquisas tenham diminuído com a crise econômica enfrentada pelo país. “Dentro do pouco orçamento e de pouca expectativa, a gente tem que desenhar alguma coisa e estabelecer como ser mais produtivo e efetivo”.

O secretário executivo do Mapa e presidente do Conselho Administrativo da Embrapa, Eumar Novacki, disse ser necessária criatividade para resolver problemas sem recursos. Ele disse ainda que mudanças estão sendo discutidas com muita tranquilidade e racionalidade. “Nada será feito de afogadilho”, garantiu. O secretário executivo disse que algumas propostas estão sendo analisadas, como a junção de atividades meio em unidades diferentes da Embrapa que funcionam na mesma região. “O que está sendo discutido é algo que vai nos levar a avanços e trazer melhoria para a instituição. A Embrapa é importantíssima para o Brasil e o nosso desafio agora é saber como vamos avançar”, disse Novacki. (Com informações do Mapa)

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