Criada em 14/07/2018 às 17h57 | Política brasileira

Comércio exterior depende de normas estáveis e não do humor do governante, diz ministro sobre disputa entre China e EUA

“Essa guerra vai levar à diminuição do ritmo de crescimento da economia mundial, e o país que quer, cada vez mais, se inserir no mercado mundial, vê as suas oportunidades minguarem”, disse Aloysio Nunes em reunião com os setores de comércio exterior e de agronegócio da Fiesp em São Paulo.

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Ministro afirma considerar ruim para Brasil disputa entre EUA e China e que Brasil poderá pode ter ganhos no curto prazo, mas perderá a médio prazo (foto: Agência Brasil)

Fernanda Cruz 
DE SÃO PAULO (SP) 

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, considera ruim para o Brasil a disputa comercial dos Estados Unidos, que impõe política protecionista, com a China. Ele participou nesta sexta-feira (13) de reunião com os setores de comércio exterior e de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

“As implicações de uma guerra comercial são muito ruins para o mundo, especialmente para um país em desenvolvimento como o nosso, que precisa ter acesso a mercados, que precisa ter intercâmbio comercial e de investimento maior”, disse o ministro. Para ele, o comércio exterior depende de regras e normas estáveis, “que não dependam do humor desse ou daquele governante”, além do fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ministro admite que o Brasil poderá ter ganhos no curto prazo em alguns setores, mas que será prejudicado no médio prazo. “Essa guerra vai levar à diminuição do ritmo de crescimento da economia mundial, e o país que quer, cada vez mais, se inserir no mercado mundial, vê as suas oportunidades minguarem”, declarou.

José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, disse que um bom ambiente de negócios precisa de estabilidade, já que os fluxos comerciais e acordos são feitos a médio e longo prazo. “O que aconteceu ultimamente no cenário internacional é uma piora no ambiente de negócios”, avaliou.

Roriz reforça que o Brasil obterá vantagens apenas no curto prazo. “A médio prazo é ruim, porque deteriora as relações e, muitas vezes, quebra parceiras comerciais feitas ao longo do tempo. Também, cada país tem seus negociadores que estavam em tratativas para estabelecer acordos comerciais e muito disso volta à estaca zero”, declarou. (Da Agência Brasil)

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